27 de julho de 2009

Cesáreas eletivas DOBRAM O RISCO DE MORTE DE BEBÊS, diz estudo.



Esta conclusão é o resultado de uma análise de 56 mil partos realizados de 1982 a 2004 no Hospital Universitário de Genebra, na Suíça.
No período de 20 anos, 13% de todos os partos foram por cesariana – um terço dessas intervenções cirúrgicas foi planejado com antecedência, por indicação média ou desejo da grávida; 66% foram emergenciais.
"De um modo geral pode-se dizer, com base nos dados avaliados, que uma cesariana, especialmente a eletiva, eleva o risco de mortalidade", diz o professor Michel Berner, membro da equipe de pesquisadores, à swissinfo.ch.
Problemas ignorados
O estudo é um apelo urgente aos políticos e especialistas da área de saúde a pesquisar e monitorar as "consequências médicas e sociais dessas operações".
Hospitais da Europa, dos EUA, América do Sul e do Leste Asiático tem registrado taxas excessivas de cesarianas de 30 a 40% nos últimos anos.
Os autores do estudo constatam que a mortalidade infantil e o risco de doenças decorrentes da cesariana eletiva "frequentemente são ignorados ou minimizados".
Alarmes
O estudo aponta também que cesarianas reduzem o efeito positivo de um parto normal à adaptação do pulmão do bebê, o que frequentemente causa problemas das vias respiratórias.

Os resultados da pesquisa confirmam um estudo de 2007, segundo o qual o número de bebês com problemas respiratórios dobrou nos últimos 30 anos na Suíça. Segundo os pesquisadores, esse incremento pode estar ligado ao aumento dos casos de cesarianas.
O estudo de 2007 foi iniciado pelo diretor do Departamento Pré-natal do Hospital Universitário de Zurique, Hans Ulrich Bucher. Bucher acha que o atual estudo confirma uma suspeita levantada na época.
"Vários alarmes dispararam – o novo estudo é provavelmente o mais sonoro. O problema deve se tornar público. Trata-se principalmente da relação entre partos de cesarianas eletivas precoces e possíveis problemas de saúde."
Bucher diz esperar que as pessoas se conscientizem desse problema e que assim baixe o número de cesarianas eletivas. Isso, no entanto, ainda pode demorar anos, prevê.

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