29 de julho de 2009

Muito cuidado na escolha do seu médico.

OS TIPOS DE DOTÔ. Qual é o seu?

1 - Cesarista e ponto final - Ele já vai dizendo. "Vamos marcar a sua cesárea".
Esse é o menos pior. Ao menos, com esse médico, você pode escolher trocar de profissional, buscando um que vá fazer uma cesariana no caso de uma REAL necessidade. Você tem tempo pra buscar quem lhe ACOMPANHE no SEU parto, e não quem NASÇA o seu bebê, expondo você às estatísticas horripilantes de mortes maternas e neonatais SEM A MENOR NECESSIDADE. Trecho publicado na Folha de São Paulo, seção Equilíbrio, em 20 de julho de 2009: No caso de Paula Vargas, 28, o médico foi mais direto. 'Ele me disse que não fazia parto normal porque o plano de saúde pagava apenas R$ 500 pelo procedimento.' "

2 - O falso defensor - Ah, sim, eu faço PN sim, mas só se.. só se.. só se.. Ou seja, em outras palavras.. Ele foi viciado nas práticas VICIADAS dos hospitais e currículos de pediatria por esse país afora. A iminência do PN ainda lhe causa estranhamento. Esse é o PIOR tipo de médico. Ele não te dá escolha. Vais chegar no hospital com 6 cm de dilatação, ficarás assim por algumas horas, ele não vai tentar indução ou tentará muito pouco (indução não, o correto é CONDUÇÃO, pq o tp propriamente dito já começou), e tão logo.. Te colocará na faca, alegando os mil e um motivos elencados pela dra. Melania, expostos nesta mesma página, abaixo.

3 - Médicos comprometidos REALMENTE com a melhor via de nascimento para mamães e bebês (cesárea ou PN), que seguem as recomendações da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE e do Governo Federal, com o parênteses para os "procedimentos de rotina", desnecessários e condenados pela OMS, como a tricotomia e a episiotomia. Estes não são de se jogar fora não. Quando buscamos um parto normal no convênio, é o melhor tipo que encontramos, geralmente.

4 - Médicos que, além de comprometidíssimos com a melhor via de nascimento para mamães e bebês (cesárea ou PN), são adeptos da HUMANIZAÇÃO no parto, que melhora as estatísticas sobre os nascimentos no Brasil, em função de respeitar SOBREMANEIRA a mulher, o bebê, sua família e o ato do nascimento. Aceitam trabalhar com doulas, isso quando já não têm uma ao seu lado, como partícipe do procedimento! Estes - São raros, são poucos, incomuns em convênios, e há quem viaje 500 km para ter consigo esse profissional, ciente que está da sua necessidade.

(Por Mariah Araújo.)

28 de julho de 2009


Recorte das palavras da Dra Melania, exposto na "Cesárea? Não, obrigada!", publicada em março de 2005. Veja o currículo dela clicando AQUI
Visite a "G.O. Baseada em Evidências" e INFORME-SE cada dia mais!

Segundo ela, a lista composta abaixo comtempla fatores que

NÃO SÃO INDICADORES PARA UMA CESARIANA!

1. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultra-sonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
2. Pressão alta – por favor, quem se interessar leia o tópico específico: Sobre a pressão alta
3. Pressão baixa
4. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
5. Diagnóstico de desproporção céfalo-pélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto; Desproporção céfalo-pélvica sem trabalho de parto – já dizia Barbour que o melhor pelvímetro é a cabeça fetal. Distocia (do grego dis=difícil, tokos=parto) significa, literalmente, parto difícil. As distocias, por definição e semântica, só podem ser identificadas durante o trabalho de parto.
6. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe); Se o trabalho de parto não se desencadeia e se opta por indução (não vou discutir o tempo porque é outra polêmica), e esta não tem sucesso ou ocorre qualquer indicação de cesárea durante o trabalho de parto, a indicação não é a bolsa rota, e sim a intercorrência obstétrica ou a falha de indução.
7. “Passou do tempo” - Diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas); Continuo insistindo que andam abusando desse diagnóstico. Tenho vários relatos de caso de cesáreas marcadas em pacientes com 40 semanas por esse motivo. Mas, independente, se a indução falha após 41 ou 42 semanas (aliás, que raio de indução é essa que falha tanto?), a indicação da cesárea NÃO é gestação prolongada, e sim falha de indução.
8. “Trabalho de parto prematuro” – o prematuro em apresentação pélvica realmente irá se beneficiar com a operação cesariana (menor risco de tocotraumatismos). O parto vaginal é perfeitamente possível, e até beneficia os prematuros em apresentação cefálica, com todos os cuidados, claro, o mínimo de intervenções, não romper a bolsa etc. A incidência de desconforto respiratório é maior em bebês nascidos de cesárea.
9. Grumos no líquido amniótico
10. Hemorróidas
11. HPV - Condilomas obstruindo o canal de parto – realmente se existirem SÃO indicação de cesárea, mas são raríssimos, e quando eu cito o HPV é porque estão indicando cesárea mesmo sem condiloma.
12. Placenta grau III
13. Qualquer grau de placenta
14. Incisura nas artérias uterinas (aliás, pra quê Doppler em uma gravidez normal?)
15. Aceleração dos batimentos fetais
16. Cálculo renal
17. Dorso à direita
18. Baixa estatura materna
19. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
20. Obesidade materna
21. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
22. “Bebês grandes demais” – macrossomia, de acordo com a literatura, só é indicação para cesárea em recém-nascidos com mais de 4.500g FILHOS DE MÃES DIABÉTICAS. Macrossômicos constitucionais não têm risco aumentado de distocia de ombro.
23. Bebê “pequeno demais”
24. Cesárea anterior – as chances de um parto vaginal variam entre 60% e 85%, de acordo com a literatura. Não é per se indicação para cesárea. Flamm descreveu uma taxa de 70% de sucesso de parto vaginal em pacientes com duas cesáreas anteriores. Os trabalhos mais recentes têm clamado por mais cautela com a "prova de trabalho de parto", mas o risco absoluto de ruptura uterina é muito baixo (Guise et al., 2005).
25. Plaquetas baixas
26. Chlamydia, mycoplasma, ureaplasma, e aproveitando a ocasião, Streptococcus b-haemolyticus do grupo B NÃO são indicação de cesárea.
27. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia e descolamento da retina
28. Edema de membros inferiores/edema generalizado
29. “Falta de dilatação” antes do trabalho de parto
30. Gravidez super-desejada (motivo pelo qual os bebês de proveta aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal)
31. Gravidez não desejada
32. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos)
33. Adolescência
34. Prolapso de valva mitral
35. Cardiopatia (o melhor parto para as cardiopatas é o vaginal)
36. Diabetes - Pode ser motivo para interrupção da gravidez, realmente, mas não para a cesárea. A indicação da cesárea será obstétrica (falha da indução, contra-indicações ao parto vaginal etc.).
37. Bacia “muito estreita” - Ver a definição de “distocia” no post anterior e a discussão específica sobre fratura do cóccix neste tópico: Cóccix fraturado
38. Mioma uterino
39. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra)
40. “Pouco líquido”
41. Artéria umbilical única
42. Ameaça de chuva/temporal na cidade
43. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência no Rio de Janeiro
44. Fratura de cóccix em algum momento da vida - Ver a definição de “distocia” no post anterior e a discussão específica sobre fratura do cóccix neste tópico: Fratura no cóccix
45. Conização prévia do colo uterino
46. Eletrocauterização prévia do colo uterino - Se por acaso tiver ocorrido estenose cervical que impeça a dilatação, esta só poderá ser diagnosticada durante o trabalho de parto, o simples antecedente de eletrocauterização não pode indicar a cesárea.
47. Varizes na vagina
48. Constipação (prisão de ventre)
49. Excesso de líquido amniótico
50. Anemia
51. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas
52. Toxoplasmose.

27 de julho de 2009

Cesáreas eletivas DOBRAM O RISCO DE MORTE DE BEBÊS, diz estudo.



Esta conclusão é o resultado de uma análise de 56 mil partos realizados de 1982 a 2004 no Hospital Universitário de Genebra, na Suíça.
No período de 20 anos, 13% de todos os partos foram por cesariana – um terço dessas intervenções cirúrgicas foi planejado com antecedência, por indicação média ou desejo da grávida; 66% foram emergenciais.
"De um modo geral pode-se dizer, com base nos dados avaliados, que uma cesariana, especialmente a eletiva, eleva o risco de mortalidade", diz o professor Michel Berner, membro da equipe de pesquisadores, à swissinfo.ch.
Problemas ignorados
O estudo é um apelo urgente aos políticos e especialistas da área de saúde a pesquisar e monitorar as "consequências médicas e sociais dessas operações".
Hospitais da Europa, dos EUA, América do Sul e do Leste Asiático tem registrado taxas excessivas de cesarianas de 30 a 40% nos últimos anos.
Os autores do estudo constatam que a mortalidade infantil e o risco de doenças decorrentes da cesariana eletiva "frequentemente são ignorados ou minimizados".
Alarmes
O estudo aponta também que cesarianas reduzem o efeito positivo de um parto normal à adaptação do pulmão do bebê, o que frequentemente causa problemas das vias respiratórias.

Os resultados da pesquisa confirmam um estudo de 2007, segundo o qual o número de bebês com problemas respiratórios dobrou nos últimos 30 anos na Suíça. Segundo os pesquisadores, esse incremento pode estar ligado ao aumento dos casos de cesarianas.
O estudo de 2007 foi iniciado pelo diretor do Departamento Pré-natal do Hospital Universitário de Zurique, Hans Ulrich Bucher. Bucher acha que o atual estudo confirma uma suspeita levantada na época.
"Vários alarmes dispararam – o novo estudo é provavelmente o mais sonoro. O problema deve se tornar público. Trata-se principalmente da relação entre partos de cesarianas eletivas precoces e possíveis problemas de saúde."
Bucher diz esperar que as pessoas se conscientizem desse problema e que assim baixe o número de cesarianas eletivas. Isso, no entanto, ainda pode demorar anos, prevê.